Carta Aberta à Presidenta da República Dilma Rousseff


Fonte: http://www.gife.org.br/

 

Excelentíssima Senhora Presidenta,
As entidades que firmam esta carta compõem o Comitê Facilitador da Plataforma por um Novo Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil, cuja agenda foi apresentada a Vossa Excelência em 2010, quanto ainda candidata, e à qual respondeu por meio de Carta às Organizações da Sociedade Civil. Nesse documento, em que reconheceu a legitimidade de nossas propostas, Vossa Excelência afirmou que o governo deveria pautar-se por “uma relação democrática, respeitosa e transparente com as organizações da sociedade civil, compreendendo seu papel fundamental na construção, gestão, execução e controle social das políticas públicas”. Declarou que “a Plataforma … nos propõe uma relação jurídica mais adequada entre o Estado e as OSCs, reconhecendo que, para cumprirem suas funções, as entidades devem ser fortalecidas sem que isso signifique reduzir a responsabilidade governamental, em um ambiente regulatório estável e sadio”.

Finalmente, comprometeu-se a “constituir um Grupo de Trabalho, composto por representações das OSCs e do governo … com o objetivo de elaborar, com a maior brevidade possível, no prazo máximo de um ano, uma proposta de legislação que atenda de forma ampla e responsável, as necessidades de aperfeiçoamento que se impõem, para seguirmos avançando em consonância com o projeto de desenvolvimento para o Brasil, o combate à desigualdade social e o interesse público.

Assim como a Excelentíssima Senhora, acompanhamos com preocupação as denúncias sobre irregularidades em convênios firmados entre ministérios e entidades sem fins lucrativos, principalmente porque a maneira como tais fatos vêm sendo tratados por setores de gestão pública e pela mídia comprometem a imagem pública de uma infinidade de organizações que prestam regularmente serviços públicos e fazem com que a opinião pública julgue sem critérios e se volte contra todas as organizações, entre elas as que têm prestado relevantes serviços à democracia deste país.

O Decreto Presidencial n. 7.568, de 16 de setembro de 2011, a nosso ver, acerta em procurar estabelecer critérios legítimos para balizar decisões quanto ao estabelecimento de convênios com organizações da sociedade civil. Saudamos também o fato de que o Decreto institui Grupo de Trabalho composto por representantes de governo e da sociedade civil, destinado a reformular a legislação aplicada às Organizações da Sociedade Civil, cumprindo compromisso de campanha da Senhora Presidenta. Com grandes expectativas, estamos cooperando com a Secretaria Geral da Presidência da República para a realização de seminário internacional nos próximos dias 9 a 11 de novembro, em Brasília, quando será instalado o GT em reunião inaugural.

Nesse contexto de união construtiva de esforços, nos surpreendeu o novo decreto, nº 7.592, suspendendo todos os repasses para organizações não governamentais, a fim de proceder em determinado tempo a sua avaliação e cancelamento daqueles considerados irregulares. Tememos que a maioria das organizações sem fins lucrativos sejam penalizadas injustamente. Se o governo entende que é necessário organizar uma força tarefa para avaliar a qualidade dos convênios em vigência, poderia fazê-lo sem que fosse necessária a suspensão de repasses, o que pode causar graves problemas àquelas entidades que estão cumprindo regularmente suas obrigações.

Segundo o Portal da Transparência de 2010, das 232,5 bilhões de transferências voluntárias do governo federal, 5,4 bilhões destinaram-se a entidades sem fins lucrativos de todos os tipos, incluídos partidos políticos, fundações de universidades e o Instituto Butantã, por exemplo. Foram 100 mil entidades beneficiadas, 96% delas por transferências de menos de 100 mil reais. Se juntarmos todas as denúncias contra ONGs publicadas na imprensa nos últimos 24 meses, as entidades citadas não passariam de 30, o que nos leva crer que além de desnecessária, a suspensão generalizada de repasses poderia constituir medida arbitrária e de legalidade questionável, que criminaliza a sociedade civil organizada.

Esperamos realizar nosso seminário e instituir nosso GT em um contexto de confiança na esfera pública ampliada e nas suas instituições. Esteja certa, Senhora Presidenta, do nosso incondicional apoio no combate à corrupção e na busca por instrumentos adequados para a concertação de esforços do Estado e sociedade civil pela construção de um Brasil mais justo e democrático.

Em 28 de outubro de 2011, assinam esta carta as seguintes entidades membros do Comitê Facilitador da Plataforma por um Novo Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil.

Respeitosamente,

Associação Brasileira de ONGs (ABONG)
Cáritas Brasileira
Conselho Latino-Americano de Igrejas  (CLAI) –Regional Brasil
Fundação Grupo Esquel Brasil
Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE)
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)
União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária UNICAFES

Como criar um negócio social?


Fonte: http://exame.abril.com.br/

O tempo em que a etiqueta “sem fins lucrativos” vinha necessariamente atrelada a uma operação com propósitos sociais ficou para trás. Hoje, as organizações que querem contribuir para a construção de um mundo melhor podem fazê-lo sem abrir mão de gerar receita e operar dentro das melhores práticas de gestão e eficiência do mercado.

Os “negócios sociais” começam a se consolidar como uma opção para quem quer empreender e, ao mesmo tempo, gerar impacto social. “É usar o potencial empreendedor para resolver questões de qualidade de vida de populações mais vulneráveis”, explica Maure Pessanha, diretora executiva do Centro de Formações em Negócios Sociais da Artemisia, aceleradora de negócios sociais.

Entre os exemplos de iniciativas neste modelo estão negócios voltados a consumidores de classes C, D e E, como serviços de saúde e educação a baixo custo. “Tem que gerar receita, mas tem que resolver um problema social”, resume Rodrigo de Méllo Brito,
co-fundador e diretor executive da Aliança Empreendedora.

Confira a seguir algumas dicas dos especialistas para criar um negócio social:

Pesquise o público-alvo

Para ser relevante, um negócio social precisa atender às necessidades reais do seu público. Isso exige um contato muito próximo com os consumidores dos produtos e serviços a serem oferecidos.

Não presuma que uma demanda existe – busque verificar através de pesquisas e contatos constantes com os usuários exatamente o que eles querem. “É preciso entender muito bem do problema para poder traçar a estratégia de trás para a frente. Quanto o cliente está disposto a pagar pelo produto? Que tipo de meio de pagamento ele tem à disposição? É respondendo a essas perguntas que você poderá chegar a uma oferta ideal”, detalha Brito.

Ao lidar com um público de menor patamar de renda, um erro fatal é ter uma postura paternalista ou condescendente. Como em qualquer negócio, o consumidor deve vir em primeiro lugar. “É preciso deixar a arrogância de lado e ouvir o que o cliente tem a dizer”, ele acrescenta.

Encontre um modelo de negócio

Não há um consenso a respeito da constituição jurídica ideal para este tipo de negócio. Muitos nascem a partir de iniciativas de ONGs que precisam de recursos para se autofinanciar. Mas, cada vez mais, tornam-se comuns projetos que já nascem como negócios sociais. Neste caso, é importante pensar desde o início em um modelo que permita que o negócio seja autossustentável – se não a curto prazo, pelo menos em um futuro não muito distante.

“O capital inicial para começar um negócio pode vir de várias fontes, inclusive doações. O que não pode acontecer é contar doação como faturamento, isso é uma ilusão. No longo prazo, é preciso gerar receita”, destaca Maure. Os modelos de negócios são variados. Algumas empresas faturam com a venda dos próprios produtos e serviços oferecidos. Em outros casos, treinamentos e consultoria podem entrar como uma fonte de receita para sustentar um atendimento gratuito ao público.

Faça um bom plano de negócios

Como qualquer negócio que almeja o sucesso, um negócio social deve ter um plano de negócios, o documento que vai detalhar e traduzir em números qual será a oferta da empresa, o mercado em que ela vai atuar, seus concorrentes e projeções de ganhos e gastos potenciais. “O negócio social tem que ser, antes de tudo, um bom negócio, muito bem estruturado e administrado”, destaca Maure. Além de ajudar na hora de buscar recursos, este documento será útil na gestão do dia-a-dia do negócio.

Conduza um piloto

Para fazer os ajustes finos necessários no projeto e mostrar a potenciais investidores que a ideia é boa, fazer um piloto é um caminho interessante. “Teste o seu mercado assim que possível e veja se o produto tem valor para a comunidade”, recomenda Maure.

Busque recursos

A oferta de capital para negócios sociais vêm crescendo no Brasil. Fundos internacionais e até brasileiros, como a Voz Capital e a Sitawi, injetam recursos em projetos promissores em troca de uma fatia do negócio. Como muitos negócios sociais ainda nascem a partir de um modelo híbrido – ONGs que acabam migrando para o setor 2,5 gradativamente, em busca de sustentabilidade –, também é possível captar recursos tradicionalmente disponíveis para o terceiro setor, como verbas de institutos e fundos sociais de empresas. Outra opção é ir atrás de recursos dos programas de subvenção econômica governamentais.

Tenha paixão e perseverança

Um negócio social algumas vezes leva mais tempo para decolar que um negócio tradicional, por isso é fundamental que o empreendedor acredite muito na ideia e tenha persistência. “É importante ter uma visão, uma consciência do impacto do negócio”, diz Maure. Embora, no longo prazo, a remuneração de um executivo responsável por um negócio social possa se equiparar aos valores de mercado, assim como em qualquer empreendimento, e empreendedor terá que apertar o cinto até que o negócio se consolide. “Mesmo negócios tradicionais levam anos para ter escala. É preciso ter paciência”, aconselha Britto.  “A boa notícia é que até o investidor está disposto a esperar mais e ganhar menos, porque investe pelo impacto social”, conclui.

 

Patrocínio Eletrobras Programa Furnas Social 2011


 
As inscrições foram prorrogadas até 31/08
Atendendo a pedidos, a Eletrobras Furnas prorroga, até dia 31 de agosto, as inscrições para participação do Programa Eletrobras Furnas Social 2011
FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. comunica que receberá, no período de 13 de julho a 31 de agosto de 2011, inscrições procedentes de Instituições sob responsabilidade de organismos governamentais, não governamentais e comunitários, municipais, estaduais e federais, Conselhos Estaduais ou Municipais dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, entidades filantrópicas privadas sem fins lucrativos, voltadas para o atendimento às comunidades menos favorecidas, tais como: asilos, creches, hospitais, postos de saúde e afins, associações beneficentes e de atendimento a portadores de necessidades especiais, para participação no Programa Eletrobras Furnas Social com o objetivo de destinar recursos financeiros, no total de até R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), para as Instituições selecionadas que estejam alinhadas com a Política de Responsabilidade Social de FURNAS.
O Programa Eletrobras Furnas Social abrangerá os estados de atuação da Empresa – Espírito Santo (ES), Goiás (GO), Mato Grosso (MT), Minas Gerais (MG), Paraná (PR), Porto Velho (RO), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Tocantins (TO), Santa Catarina (SC) e Distrito Federal (DF) e terá validade até dezembro de 2012.
 Anna Caroliny Arruda
Coordenadora de Projetos e Captadora de Recursos
Lar Nª Srª do Perpétuo Socorro
Fone: 38 3221-2259 / 38 9964-1563

ONGs: a urgência de um novo marco regulatório


Fonte: Abong (Nota Pública)

A recente onda de denúncias relacionadas à Operação Voucher, da Polícia Federal, que resultou na prisão de ocupantes de cargos no Ministério do Turismo, pelo suposto envolvimento em desvio de recursos públicos por meio de convênios firmados com organizações não governamentais (ONGs), explicita novamente a importância de regulamentação da atuação das organizações da sociedade civil no Brasil e de se elaborar uma política de Estado que assegure autonomia política e econômica a elas.

O debate se insere em um contexto de deslegitimação e criminalização das ONGs e movimentos sociais, a despeito de seu protagonismo no processo de democratização do País, das experiências que desenvolvem na área social e da sua participação na articulação de movimentos de cidadania planetária. Ainda que seja fundamental a atuação das ONGs na conformação de relações sociais mais igualitárias, permanece a insegurança jurídica neste campo de atuação. Isto prejudica o necessário fortalecimento dos processos organizativos e participativos em que as organizações se inserem, e favorece práticas clientelistas engendradas nas relações entre governantes, entidades de fachada e iniciativa privada.

Por isso, durante o processo eleitoral, em 2010, cerca de 200 organizações e movimentos sociais, dentre as quais a ABONG, subscreveram e encaminharam aos presidenciáveis uma Plataforma por um Novo Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil. Respondendo à iniciativa, Dilma Roussef se comprometeju a, no prazo de um ano após a posse, construir esse novo marco político e legal articulando as instâncias governamentais envolvidas e as organizações sociais. Em seu primeiro discurso no governo, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estipulou um prazo de seis meses para equacionar o problema. Além de iniciar o diálogo com as diversas instâncias governamentais que precisam ser engajadas nos trabalhos, como os ministérios da Justiça, Saúde, Educação e Desenvolvimento Social, Fazenda, Planejamento e Controladoria Geral da União, a Secretaria Geral da Presidência promoveu uma primeira reunião com os representantes da Plataforma em maio. A comissão de trabalho mista, entretanto, ainda não foi oficializada.

A ABONG e os demais representantes de organizações da sociedade civil estão apreensivos com a morosidade dos encaminhamentos. Temos a certeza de que o fortalecimento da participação cidadã e o combate à corrupção são ações estruturantes para o desenvolvimento da democracia brasileira e precisam ser tratados com a devida prioridade. Precisamos de leis, normas e regulamentações que estimulem o envolvimento da cidadania em causas públicas e garantam o acesso democrático a recursos públicos, com mecanismos que permitam tanto a utilização eficiente dos recursos alocados quanto sua ampla publicização para controle social.

Isto passa necessariamente pela configuração de uma democracia participativa no Brasil, a partir da criação e melhoria da qualidade de espaços e processos que estimulem o envolvimento de novos atores em questões de interesse público. Para tanto, é igualmente fundamental que organizações e governos se comprometam com a intensificação e melhoria da qualidade de suas atuações e com o aperfeiçoamento das práticas de gestão e transparência. Nesse sentido, ressalta-se ainda a importância de fortalecimento da Proposta de Iniciativa Popular de Reforma Política, lançada em 16 de agosto, para uma coleta de assinaturas que torne possível seu envio ao Congresso Nacional. Trata-se de uma reforma política ampla e democrática, que propõe mudanças para além do sistema eleitoral e reivindica a inclusão de grupos sociais tradicionalmente alijados dos espaços de poder.

Dentre os efeitos nocivos da criminalização das ONGs no Brasil está a possível diminuição do engajamento da sociedade na esfera pública e nas ações coletivas que visam o bem comum. Frente a isso, é fundamental a qualificação do debate público acerca deste tema, o que requer uma abordagem mais pluralista pela imprensa, com abrangência condizente com a diversidade de atuações das organizações da sociedade civil. Para construirmos relações sociais mais democráticas, é preciso restabelecer a confiança da sociedade em sua própria capacidade de gerir seus destinos, com base em valores de equidade e justiça, incentivando o engajamento de mais cidadãos e cidadãs em causas de interesse público.

ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais

Curso na Fesp: COMO CRIAR ONGS: ASPECTOS ESTRUTURAIS E LEGALIZAÇÃO


   

Olá pessoal!

A Alavanca Social, através do seu projeto Instituto Sabedoria, em parceria com a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – Fesp – SP, convida a todos para a participação no curso “COMO FUNDAR ONGS: ASPECTOS ESTRUTURAIS E LEGALIZAÇÃO”, que vem com a proposta de demonstrar os passos principais e necessários para a constituição de Organizações Sem Fins Lucrativos.

O curso acontecerá aos sábados nos dias: 03, 10 e 17/09/2011 das 13:00 às 17:00.

Faça já sua inscrição http://www.fespsp.org.br/extensao/fespextensao/Pages/Inscricao.aspx

Veja os detalhes, valores e condições em http://www.fespsp.org.br/extensao/socpol_adm_comofundarumaong.html

Veja a seguir um resumo sobre o curso:

Plano de Curso

NOME 

  • Como criar Ongs: Aspectos estruturais e legalização
  • OBJETIVO
  • Demonstrar informações para a criação e legalização de uma ONG, servindo de ferramenta para que a mesma possa obter todos os benefícios que a legislação permite;
  • Conhecer as principais vantagens na criação legal de uma ONG;
  • Compartilhar conhecimentos e informações que possibilite a criação de uma ONG.
PÚBLICO ALVO

  • Pessoas interessadas em colocar em práticao processo de criação e legalização de Organizações Não Governamentais sem fins lucrativos.
  • Profissionais do 3º Setor– pessoas atuantes neste segmento que queiram conhecer a prática para aplicação com seus clientes através de serviços de consultoria.
  • Colaboradores de organizações que ainda não se legalizaram e pessoas interessadas em encontrar alternativas de crescimento pessoal – Todos aqueles que, de alguma forma, estão ligados à estrutura de uma Organização sem Fins lucrativos;
  • Pessoas interessadas no tema.
CARGA HORÁRIA

12 horas

MÉTODO

Através de diálogos interativos, apresentações audiovisuais e Desenvolvimento conjunto.

PROGRAMAÇÃO

  • Introdução sobre o Terceiro Setor;
  • O Terceiro Setor no Brasil e sua ascensão;
  • Introdução e Definição das premissas principais para a criação de uma ONG;
  • Planejamento Inicial: Os principais passos para sua constituição;
  • Legislação: As principais leis, decretos e portarias para esta finalidade;
  • A documentação necessária para a legalização e sua aplicação;
  • Os certificados, certidões e documentos essenciais para a existência e a própria sustentabilidade das organizações;
  • A importância da legalização na busca dos recursos e seus resultados.
MATERIAL DIDÁTICOApostilas e material de apoio

 

Faça já a sua inscrição: http://www.fespsp.org.br/extensao/fespextensao/Pages/Inscricao.aspx

 

Balanço Social


Fonte: http://www.responsabilidadesocial.com

Até meados dos anos 30, a idéia de responsabilidade social e acesso à informação de cunho empresarial era virtualmente desconhecida por grandes corporações. A percepção comum era que a performance da empresa deveria ser de acesso restrito para se proteger os dividendos dos sócios.

Grandes fortunas do capitalismo moderno, como J.P. Morgan, John Rockefeller ou Cornelius Vanderbilt, eram sigilosos quanto a suas empresas e comportamento, os quais só eram divulgados na existência de instrumentos compulsórios de prestação de contas. Tal situação permaneceria virtualmente inalterada até a segunda metade da década de 60, quando preocupações ambientais começam a ser levantadas internacionalmente.

Com crescente demanda por “accountability” empresarial vinda de países europeus, países como a França, através da criação do “bilan social” em 1972, e Reino Unido, com o pacote instrumental do “Corporate Report” em 1975, seriam pioneiros na “contabilidade social” de empresas. Tal prática, aos poucos, seria adotada mundialmente em paralelo ao crescimento do poder de aferição e cobrança típicos da imprensa investigava moderna.

No Brasil, de certo o processo foi mais lento que na Europa e Estados Unidos. No entanto, com o fim do regime militar e da repressão política, o Brasil verifica uma explosão de organizações civis. O exercício da cidadania, até então reprimido, ganha novo impulso através da sociedade civil organizada, a qual naquele momento passa a atuar ativamente na promoção de políticas de cunho social. No Brasil, o movimento de apoio à responsabilidade social, ganha impulso a partir dos anos 90 e é conseqüência do surgimento de um sem-número de organizações não governamentais, assim como do crescimento não igualitário dos anos do “milagre econômico”.

Diante da deficiência do Estado em suprir nossas severas demandas sociais, empresas atuam cada vez mais de forma proativa e incorporam um discurso social mais justo. São pelas razões acima que, em face de uma crescente cobrança por transparência, não basta hoje atuar de forma responsável, mas é preciso mostrar resultados. Por isso, empresas demonstram sua performance social em relatórios corporativos das mais diversas formas e modelos.

Quanto ao formato do que se convencionou chamar “Balanço Social”, este pode ser o mais variado. Balanços Sociais modernos contam podem contar com edições luxuosas, de impressionante impacto visual, a dados quantitativos simples que sucintamente retratam a performance sócio-ambiental da empresa. De modo geral, a lógica atrás dos relatórios sócio-ambientais é simples. Empresas devem prestar contas não só aos seus acionistas, mas agora o espectro de “stakeholders” é muito mais amplo e consumidores, empregados, e até outros atores sociais, como sindicatos e ONGs, estão dentro da esfera de interesse do mundo empresarial.

O certo é que a divulgação da performance social de uma empresa interessa grupos empresariais pelas mais diversas razões. A primeira se refere à ética e ao princípio pelo qual empresas, na qualidade de atores sociais, têm ativa participação no crescimento de uma nação e, portanto, devem prestar contas à sociedade. No entanto, razões de cunho prático se somam a estas e, felizmente, fazem da divulgação dos “Balanços Sociais” uma prática cada vez mais comum. Interessa a empresas a divulgação de seus casos de boa prática empresarial.

Ainda que muitos, de forma cética, vejam o “Balanço Social” como simples peça de marketing, este é – antes de tudo – prova de maturidade empresarial. Um bom relatório sócio-ambiental, ou Balanço Social, deve ser claro, ter profundo compromisso com a verdade, e ser amplamente disponibilizado ao público por todos os meios possíveis, incluindo-se aí a Internet. As informações contidas nele não devem ser apenas um “check-list” de requisitos sócio-ambientais, mas devem descrever de forma precisa o retrato da atividade social da empresa em determinado período de tempo.

Não é raro empresas mascararem ou omitirem falhas de conduta em seus relatórios. A transparência, contudo, é importante vantagem comparativa para empresas. É prova de que a empresa está aberta a apontar suas deficiências e assim aprimorar sua performance. É por isso que o RESPONSABILIDADESOCIAL.COM é a favor de verificações independentes para o Balanço Social. O RESPONSABILIDADESOCIAL.COM tem poucas restrições ao que se convencionou chamar “Balanço Social” no Brasil. A primeira se refere a questões terminológicas.

A idéia de balanço foi tomada emprestada da ciência contábil e cria uma série de mal-entendidos, como o pressuposto de que existe um “ativo” e um “passivo” social, mas também a errônea impressão que valores e produtos sócio-ambientais, de difícil definição e utilidade, são objetos de mensuração contábil segura. A confusão instrumental criada é, portanto, evidente. A segunda reserva ao modelo em voga no Brasil é de ordem de conteúdo.

Ainda que o modelo brasileiro contenha avanços notáveis – como a referência à questão racial no Balanço Social – o caráter da informação é ainda excessivamente quantitativo, o que – se, por um lado, permite a comparação temporal da performance da empresa e o detalhamento de despesas sociais – por outro, peca pela falta de descrição narrativa de como estas verbas sociais foram efetuadas e quais os resultados alcançados.

No entanto, como dissera Churchill sobre a democracia, “a pior forma de governo, excetuando-se todas as outras que foram tentadas através dos tempos”, o Balanço Social nos moldes brasileiros é ainda a melhor forma de relatar a performance social de empresas, na falta de substituto melhor. Vale lembrar, todavia, que a responsabilidade social, assim como o Balanço Social, são fenômenos recentes e ainda há muito a ser desenvolvido. Empresas ainda estão no aprendizado de sua cidadania e o Balanço Social surge como importante marco referencial para aqueles que, voluntariamente, buscam um melhor exercício de sua responsabilidade para com a sociedade.

É por isso que, ainda que o RESPONSABILIDADESOCIAL.COM discorde com alguns pontos do Balanço Social hoje em ampla circulação no país, acreditamos que a iniciativa é louvável e deve ser estimulada, por representar um importante avanço conceitual. A seguir, o RESPONSABILIDADESOCIAL.COM oferece algumas indicações úteis sobre o tema, além de um breve apanhado de relatórios sócio-ambientais:

GRI. O Global Reporting Initiative (GRI) é atualmente um dos modelos de prestação de contas em ações sócio-ambientais mais completo que existe. É amplamente utilizado por empresas multinacionais e tem o apoio das Nações Unidas. Recentemente, o GRI completou sua comissão permanente para constantemente atualizar suas recomendações.

IBASE. O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) – através da figura do saudoso Herbert de Souza, o Betinho, foi o pioneiro na discussão de relatórios corporativos com enfoque social no Brasil. O modelo proposto pelo IBASE começou a ser discutido em meados de 1997 e é um demonstrativo anual publicado pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. O modelo proposto pelo IBASE é hoje hegemônico no Brasil e ainda é bem atraente. A principal característica do modelo é sua simplicidade e caráter voluntário.

Exemplos interessantes de relatórios corporativos:

Rio Tinto Mineração. Como toda empresa extrativa, mineradoras têm interessantes casos de impacto sócio-ambiental. O relatório sócio-ambiental da Rio Tinto para o ano 2000 (em inglês) é interessante referência no tocante a “corporate reports”. Para visualizar o arquivo você precisará do programa Acrobat Reader.

Petrobrás. A Petrobrás foi uma das primeiras empresas brasileiras a divulgar seu Balanço Social. Pela dimensão da empresa, e pelo teor das atividades desempenhadas por ela, o presente relatório engloba interessantes pontos temáticos.

Shell. A Shell foi intensamente criticada nos anos 80 por sua performance em assuntos sociais. Hoje, após uma guinada estratégica, tornou-se exemplo em produção sócio-ambiental. “People, Planet and Profits” é um interessante exemplo de material informativo. Para visualizar o arquivo você precisará do programa Acrobat Reader.

Espaço Saúde em São Paulo une ONGs para garantir qualidade de vida aos usuários


por Talita Martins, da Envolverde

nadir Espaço Saúde em São Paulo une ONGs para garantir qualidade de vida aos usuários

Nadir Amaral, presidente do Espaço Sáude

“Estou realizando um sonho de oito anos. Trabalhava no mercado financeiro, mas sempre me questionava sobre qual seria a forma de ajudar a população. Hoje encontrei muitas pessoas com vontade de trabalhar e unir forças para melhorar a qualidade de vida de pacientes que sofrem de doenças como a aids, lúpus, psoríase, tumores raros…”

Foram com essas palavras que o presidente do Espaço Saúde, Nadir Francisco do Amaral, inaugurou muito emocionado, na noite da última quinta-feira, o Espaço.

O Espaço Saúde é um local onde oito instituições não governamentais que atuam na área da saúde se uniram para dividir informações, trocar propostas, fortalecer o trabalho e proporcionar um melhor atendimento e acesso aos assistidos.

A organização está localizada há alguns metros do movimentado centro paulistano, no bairro da Bela Vista, e conta com um amplo espaço dividido em três andares. No térreo está o auditório para 50 pessoas. No primeiro andar estão às salas temáticas que recebem os usuários de acordo com a patologia e, no terceiro andar, a Administração.

A ideia de unir várias ONGs, de acordo com o diretor financeiro e de recursos humanos da instituição, Lucas Soler, é fazer com que os assistidos tenham acesso aos serviços oferecidos em todas as instituições, como assistência social, jurídica e psicológica. “Queremos garantir o tratamento, os direitos humanos e previdenciários dos pacientes”, explicou.

“Quem tem HIV, por exemplo, pode desenvolver lúpus ou câncer, por isso a importância de unir os trabalhos. Ou seja, no Espaço Saúde a pessoa que tem HIV e outra patologia pode buscar apoio tanto no grupo que atende soropositivos como no que atende a outra patologia”, enfatizou.

Ainda segundo Soler, o número de pessoas assistidas somando todos os usuários das oitos entidades é de aproximadamente 5 mil diretamente e 22 mil indiretamente.

“Além da soma de recursos humanos e financeiros das oito entidades, o objetivo do Espaço também é debater políticas públicas e unir visões e ideologias que possibilitam o crescimento institucional das associações envolvidas e também dos assistidos individualmente e coletivamente por elas”, explicou.

O Espaço Saúde fica na Rua Conde de São Joaquim, 179, na Bela Vista.

Hoje participam do Espaço Saúde as seguintes associações:

• Associação de Apoio aos Portadores de GIST, TNE e Tumores Raros – AGIST.
• Associação Pró Falcêmicos – APROFE.
• Grupo Renascer de Incentivo á Vida – GRIV.
• Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS – Espaço Girassol.
• Associação Brasileira Superando LUPUS
• Associação de Apoio aos Portadores de Psoríase do Estado de São Paulo – AAPP
• Federação Brasileira de Enfermidades Raras – FEBER
• Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS – RNP+ Estado de São Paulo

(Agência Envolverde)

Techsoup – Tecnologia à disposição do 3º Setor


Olá pessoal,

Hoje trago para vocês uma fonte de recurso excepcional para as Organizações do 3º Setor de todo o Brasil.

Todos sabem da importância de se ter a tecnologia adequada e atual para o desenvolvimento dos projetos, como para estar mais perto do que há de moderno nos computadores existentes nas organizações. Outro fator importante é contar com softwares de última geração, licenciados e colaborando com todas as ações, sejam elas internas ou externas.

Estou falando da Techsoup Brasil (http://www.techsoupbrasil.org.br/), que tem um programa de doação de softwares para organizações do 3º Setor e possibilita esta perfeita atualização de seus computadores e sistemas de controle.

Vejam a seguir um resumo desta organização, suas ações e o trabalho excepcional para que as Organizações do 3º Setor tenham o melhor em tecnologia:

Atualmente existem milhares de organizações não-governamentais (ONGs) espalhadas pelo Brasil e pelo mundo e que desenvolvem ações em diferentes áreas. Elas contam principalmente com a colaboração de seus engajados para tornarem determinado objetivo completo, mobilizando assim a opinião pública. O sociólogo Herbert José de Souza, mais conhecido como Betinho, diz que “as ONGs são comitês da cidadania e surgiram para ajudar a construir a sociedade democrática com que todos sonham”.

Você já parou para pensar quem auxilia o desenvolvimento da própria ONG? Foi pensando nessa questão que surgiu a TechSoup Global, uma organização também não-governamental que dá suporte tecnológico, monetário e de conhecimento para ONGs de todo o mundo.

Um esforço colaborativo da ATN – Associação Telecentro de Informação e Negócios trouxe a TechSoup Brasil, parceiro local da TechSoup Global. O braço brasileiro da organização presta essencialmente assistência tecnológica às organizações, doando licenças de software para que as ONGs tenham um bom desenvolvimento. A Microsoft é a principal parceira da TechSoup Brasil e doa softwares como Windows 7, pacote Office, Exchange Server, SQL Server e Dynamics.

No Brasil há um ano e meio, a TechSoup já auxiliou mais de 850 organizações em todo o país com a doação de mais de 15 mil licenças, que equivalem a cerca de 7 milhões de dólares. No site da TechSoup Brasil, além de conhecer mais sobre o programa, é possível encontrar informações sobre tecnologia corporativa.

Para participar do programa de doações:

Se você participa ou é dono de alguma ONG e se interessou pelo trabalho da TechSoup Brasil, confira um passo a passo para receber os softwares doados pela organização.

Faz parte da qualificação básica ser:

–          Pessoa jurídica legalmente constituída no Brasil e ser classificada como OSCIP,   Associação ou Fundação

–          Ter toda a documentação atualizada

–          Não ter fins lucrativos

–          Desenvolver atividades comunitárias de interesse público.

Escolas públicas e prefeituras não são elegiveis para o programa de doações da TechSoup Brasil. Organizações religiosas podem se tornar elegíveis ao programa de doações, uma vez que possuam atividades sociais em paralelo.

Se sua ONG se enquadra na qualificação acima, primeiro é necessário cadastrá-la através de um formulário on-line. Lá serão avaliados o tipo de atividade da organização, qualificação e ações. Junto com o cadastro é preciso enviar uma cópia da Razão Social e do Estatuto da Organização da ONG. Após o envio da documentação é preciso aguardar até 10 dias para confirmação do cadastramento no Programa da TechSoup Brasil onde será analisada a elegibilidade da organização. A confirmação de qualificação é enviada para o e-mail cadastrado e a partir daí é possível solicitar os produtos no site no prazo de 20 dias.

Para mais informações sobre como participar e sobre os produtos acesse o site da Techsoup Brasil.

Fonte: Pensando Grande