Violência contra meninas “afeta gravemente” jovens do nordeste brasileiro


(Utilizada imagem do site http://www.cresspr.org.br)

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Fonte: http://www.promenino.org.br

o Dia Internacional da Juventude, relato de uma ativista do Ceará aponta desigualdade de gênero como principal desafio dos jovens da região

da Rádio ONU em Nova York
Yara Costa

“Mudar o Nosso Mundo” é o tema do Dia Internacional da Juventude deste ano. Para a ativista cearense de 26 anos, Luizete Vicente, a desigualdade de gênero e violência contra as meninas são os princiais desafios dos jovens na região nordeste do Brasil.

A educadora social trabalha no Instituto de Juventude Contemporânea, uma organização que luta pelos direitos dos jovens.

Jovens Brasileiras
Em entrevista à Radio ONU, de Fortaleza, Luizete Vicente disse que apesar dos avanços, as políticas públicas direcionadas aos jovens no Brasil ainda não são suficientes.

“Precisamos conversar sobre o estatuto da juventude, que nesse momento, está parado e a gente precisa retomar esse debate da aprovação do estatuto da juventude, como um marco para a história da juventude, que como eu, está saindo já. Mas eu saio dessa condição e tenho que dar espaço e a possiblidade para que outros jovens possam continuar nessa luta”, afirmou.

Violência
Para a ativista, um dos grandes problemas que afetam os jovens do Ceará é a violência contra a mulher. Com base em estudo realizado no estado, Luizete destacou que a desigualdade de gênero é uma barreira para as mulheres jovens.

“A desiguladade de gênero ainda é muito forte. Na pesquisa, várias meninas disseram que gostariam de ter nascido homem por conta de trabalho, que é mais fácil. O fato de ter uma liberdade pelo corpo que é totalmete diferente do homem jovem”, disse.

População Jovem
O Dia da Juventude deste ano culmina com o fim do Ano Internacional da Juventude, designado pela Organização das Nações Unidas e o 25º aniversário do primeiro Ano Internacional da Juventude.

De acordo com a ONU, os jovens no mundo representam mais de um quarto da população mundial e quase 90% moram em países em desenvolvimento.

CFESS fortalece a luta pelas 30h para Assistentes Sociais


Fonte: http://www.cfess.org.br/

Após encontro com a Fenasps, Conselho estuda realização de Seminário Nacional

Desde a aprovação da lei 12.317/2010, que garantiu aos/às assistentes sociais brasileiros/as a jornada semanal de 30h sem redução salarial, o Conjunto CFESS-CRESS soube que uma nova luta se colocaria em questão: a implementação do direito, conquistado democraticamente pela categoria.

Por isso, o CFESS segue firme nessa batalha. Nesse sentido, o Conselho Federal se reuniu novamente com integrantes da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) e dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Previdência e Assistência Social (Sinsprev) de vários estados. O encontro ocorreu na sede da Federação em Brasília (DF) neste sábado, 18 de junho.

Representado pelos/as conselheiros/as Marinete Moreira e Marcelo Sitcovsky, o CFESS debateu a implementação das 30 horas nos setores de atuação da Federação que ainda demonstram resistência, além de novas estratégias para enfrentar a situação. Além da FENASPS e do SINSPREV, a reunião contou ainda com a participação de vários/as assistentes sociais de todo o país.

Segundo o conselheiro Marcelo Sitcovsky, o CFESS recebeu o apoio da Fenasps e consolidou propostas. “Um dos encaminhamentos é a realização de um Seminário Nacional, até o mês de agosto, com a participação de assistentes sociais e outras categorias que estão nessa luta”, destaca. A conselheira Marinete Moreira acrescenta que “o mais importante é a articulação entre as entidades com vistas ao fortalecimento da luta pelas 30 horas”.

Com o apoio da Fenasps, que reforça a luta pela implementação das 30h semanais sem redução salarial, o CFESS conclama todos/as os/as assistentes sociais a continuarem participando da Campanha “STF, vote contra a ADIN 4.468”, assinando o abaixo-assinado que será entregue aos/às ministros/as do Supremo Tribunal Federal (STF), que em breve decidirá sobre o futuro desse direito conquistado legalmente pela classe trabalhadora. (Clique e assine)

Conselho Federal de Serviço Social – CFESS
Gestão Tempo de Luta e Resistência – 2011/2014
Comissão de Comunicação

Fundação Roberto Marinho adota franquia social como forma de impulsionar parcerias


Fonte: http://www.idis.org.br

11/07/2011 – Em entrevista ao portal, a Coordenadora Geral de Franquia Social da Fundação, Renata Campante, explica a visão da organização sobre este modelo de ação, as linhas de atuação e como são selecionados os potenciais parceiros.

Fundação Roberto Marinho - Renata Campante

Ampliar o número de beneficiados diretos de seus projetos em todo o País, sem ter de ampliar sua estrutura fixa, construir redes sociais estruturadas e integradas, movidas por causas públicas compartilhadas pela organização, e contribuir para o fortalecimento de instituições do terceiro setor que compartilham dos valores em que a Fundação Roberto Marinho acredita.

Estas foram as premissas que orientaram o desenvolvimento do modelo de franquia social da Fundação Roberto Marinho, em 2006.

Até 2009, os potenciais parceiros eram identificados e procurados pela Fundação. Desde o ano passado, a seleção passou a ser feita por meio de convocatória pública. As linhas de atuação incluem projetos educativos, ambientais e voltados à preservação do patrimônio público.

Confira a entrevista.

Quais são as vantagens do modelo de franquia social?
As principais vantagens são a constituição de um processo de trabalho em rede, em que a instituição detentora de uma metodologia repassa para outras instituições seu conhecimento, técnica e experiência, visando maximizar o benefício de projetos sociais; a disseminação de experiências bem-sucedidas e ampliação do impacto de projetos que têm como objetivo básico o benefício social; a troca de experiências entre organizações do terceiro setor e construção conjunta de soluções que possam ser oferecidas para as mais diversas demandas do País.

Quais são as áreas de atuação?
A Fundação atua nas áreas de educação (básica, aprendizagem e qualificação profissional); patrimônio histórico (material e imaterial), meio ambiente e televisão, com o Canal Futura. A Franquia Social optou por atuar primeiramente na área de educação básica e aprendizagem (Lei 10.097/2000), por serem assuntos urgentes na pauta das políticas públicas. Estamos iniciando a atuação com a qualificação profissional básica, também em virtude da carência do País em mão de obra qualificada.

A Fundação recebe propostas de apoio a projetos ou identifica parceiros por meio de pesquisa de campo, com a ajuda de especialistas?
A Fundação identifica os potenciais parceiros. A partir de 2010, iniciamos um processo anual de Chamada Pública, com todos os indicadores necessários para que as instituições que se interessem em fazer parte da Rede de Parceiros Implementadores possam responder aos requisitos solicitados.

Quais são os requisitos exigidos dos potenciais parceiros?
Em primeiro lugar, que sejam instituições do terceiro setor – com constituição mínima de 2 anos. Também devem trabalhar com educação, contar com equipes pedagógicas na sua estrutura e ter experiência comprovada com implementação de projetos de educação que beneficiem a faixa etária de jovens e adultos.

Como é feita a formação oferecida pela Fundação Roberto Marinho?
A formação das instituições se dá de forma presencial, num momento inicial, e segue com uma formação à distância, feita anualmente, de forma contínua por meio de ambiente virtual.

Quais são os principais projetos implementados com a franquia social?
Para a implementação por meio da Franquia Social, temos:
Aprendiz Legal – Objetiva a formação profissional básica de jovens de 14 a 24 anos.  Ele baseia-se na Lei 10.097/00, a Lei da Aprendizagem, sendo uma proposta de articulação nacional da sociedade pela inclusão dos jovens;
Telecurso – Esta é uma proposta pedagógica e metodológica para a educação básica, especialmente para a Educação de Jovens e Adultos. Com experiência validada há mais de uma década, tem uma estrutura curricular modular e ano letivo flexível. Sem dúvida, é uma possibilidade de inclusão para milhões de brasileiros – sem falar que foi indicado no Guia de Tecnologias, do MEC (Ministério da Educação).

Qual considera o principal desafio das organizações que atuam na área social?
No Brasil, é o de conseguir atender ao maior número de beneficiários dos projetos que implementam e, paralelamente, garantir a sua sustentabilidade.

Número de profissionais no SUAS aumenta 57% em quatro anos


 

Fonte: http://www.promenino.org.br

De 2006 a 2010, o número de trabalhadores do setor saltou de 140 mil para 220 mil. O papel dos profissionais é tão importante para o sistema, que atuação é destaque nas discussões das conferências de assistência social deste ano. Lei do Suas será sancionada pela presidenta Dilma Roussef nos próximos dias

Brasília, 4 – O aumento dos profissionais que atuam para assegurar os direitos dos brasileiros mais vulneráveis é uma marca do Sistema Único de Assistência Social (Suas), que entrou em funcionamento em 2005. Nos próximos dias, será Lei, após sanção, pela presidenta Dilma Roussef, de projeto aprovado pelo Congresso Nacional. De 2006 a 2010, o número de trabalhadores deste setor saltou de 140 mil para 220 mil, uma elevação de 57%.

Esses números resultam de comparação dos dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2006, e do Censo Suas, realizado de Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, em 2010. Parte desses profissionais atua nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), que hoje somam 7,6 mil em todas as cidades, e nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), que totalizam 2,1 mil.

O papel dos profissionais é tão central para o Suas, que essa atuação é destaque nas discussões das conferências de assistência social, que estão ocorrendo nos municípios e, a partir de agosto, serão realizadas pelos estados. “Consolidar o Suas e valorizar os seus trabalhadores” é o tema da VIII Conferência Nacional, que o MDS e o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) promovem do dia 7 a 10 de dezembro.

Dos profissionais, 68 mil têm formação superior, 100 mil concluíram o ensino médio e 52 mil terminaram o ensino fundamental. O vínculo empregatício dos profissionais varia entre estatutários, comissionados e celetistas.

Qualidade – Para a secretária nacional de Assistência Social do MDS, Denise Colin, é fundamental abordar a questão dos trabalhadores e discutir a qualidade dos serviços ofertados à população. “Queremos que o atendimento a famílias e indivíduos seja de qualidade”, afirma. Em sua avaliação, o esforço dos governos federal, estaduais e municipais para a elevação do investimento no setor e a valorização dos profissionais é para superar a trajetória de clientelismo e de moeda de troca, historicamente praticada no País.

Conhecer bem o trabalho que precisa ser desenvolvido diante as situações apresentadas mostra a compromisso dos profissionais com a qualidade do serviço, como demonstra a assistente social Sandra Flesch, do Creas de Planaltina, no Distrito Federal. “A gente trabalha com indivíduo e família em situação de violação de direitos. Especificamente, trabalhamos com a situação de violência sexual contra criança e adolescente, violência doméstica, negligência e maus tratos de adolescentes e idosos, trabalho infantil e população em situação de rua.”

Dimas Dantas, coordenador do Creas, mostra a significativa diferença entre a proteção básica e especial. “O Cras tem um efeito preventivo, por ser a porta de entrada da assistência social. Faz um serviço de fortalecimento de vínculo com a família. O Creas está muito mais voltado a uma situação de violação de direito; seja ela um abuso sexual, violência contra a mulher ou negligência e maus tratos contra idoso, criança e adolescente.”

Equipes – No funcionamento diário do sistema, os tipos e a quantidade de profissionais que lidam com as políticas podem constituir variáveis determinantes para os graus de sucesso dos programas, de acordo com a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH) do Suas. Uma resolução recente do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), de 20 de junho, ratifica a referência definida pela NOB-RH e reconhece as categorias profissionais de nível superior para atender às especificidades dos serviços socioassistenciais e das funções essenciais de gestão Suas. Pelo documento, assistentes sociais e psicólogos passam a compor, obrigatoriamente, as equipes de referência da proteção básica e especial.

Com essa normatização, fica definido também que advogados, administradores, antropólogos, contadores, economistas, economistas domésticos, pedagogos, sociólogos e terapeutas ocupacionais poderão comportar a equipe de gestão do Suas. Por sua vez, profissionais formados em antropologia, economia doméstica, pedagogia, ciências sociais, terapia ocupacional e musicoterapia são categorias que poderão atender as especificidades dos serviços socioassistenciais.

“Essas categorias profissionais de nível superior poderão integrar as equipes de referência, considerando a necessidade de estruturação e composição, a partir de especificidades e particularidades locais e regionais, do território e das necessidades dos usuários, com a finalidade de aprimorar e qualificar os serviços socioassistenciais”, define a resolução, assinada pelo presidente do CNAS, Carlos Ferrari.

O documento, que distingue os saberes e práticas correspondentes aos objetivos da proteção social não contributiva, resulta do processo de debate com os trabalhadores do Suas, coordenado pelo conselho e o ministério, conforme estabelecido na norma e deliberações da VII Conferência Nacional de Assistência Social, de 2009.

Fonte: MDS – 04/07/2011

Programa Viva Leite mudou de endereço


Olá!

O Programa Viva Leite, destinado ao fornecimento de leite à população de baixa renda do estado de São Paulo, mudou de casa.  O que antes era de responsabilidade da Secretaria Estadual de Abastecimento, agora é gerido e desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo.

Vejam a seguir um resumo do projeto e algumas informações  relacionadas a este excelente projeto social:

Vivaleite

O que é: projeto social de distribuição gratuita de leite pasteurizado, com teor de gordura mínimo e alto valor nutricional.

Objetivo: oferecer um complexo alimentar para famílias de baixa renda, com crianças e idosos em situação de risco nutricional, melhorando suas condições de vida e promovendo, de forma paralela à intervenção social direta, ações que visam o desenvolvimento comunitário, o resgate da cidadania e a inclusão social de seu público-alvo.

De forma simultânea, tem por objetivo agregar recursos financeiros ao setor leiteiro, ajudando no escoamento de 7,75% da produção Paulista de leite tipo C, o que permite a criação e manutenção de empregos no campo, causando impacto no fluxo migratório bem como nos efeitos negativos dele decorrentes.

Auxílio: 15 litros de leite por mês.

Quem pode se beneficiar: famílias com renda total de até dois salários mínimos, que tenham crianças de 6 meses a 6 anos  e 11 meses de idade ou idosos com mais de 60 anos, em risco nutricional. A cota mensal de distribuição do produto é de 10,4 milhões de litros de leite enriquecido, beneficiando 700 mil famílias, destes 89.000 idosos em todo o Estado.

Parcerias: na capital e Grande São Paulo, a distribuição do leite é feita em parceria com entidades assistenciais. Já no interior paulista, o produto chega até os beneficiários por meio de convênios com as prefeituras.

Para conseguir mais informações, efetuarem o cadastramento ou até mesmo se cadastrar para entregas, entrem em contato através do nº 0800-554566.

Para conhecer mais sobre este programa e outros, acessem http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/portal.php/viva_leite

 

Um teto para meu País (UTPMP) revela o Brasil da extrema pobreza


Olá!

Compartilho sempre as idéias, pensamentos e ações concretas que transformem positivamente o meio em que vivemos!

Compartilhe você também! Veja a seguir:

Fonte desta informação: Thaís Yamashita

Hoje 16,2 milhões de brasileiros moram em situação de pobreza extrema, ganhando menos de R$ 70 por pessoa ao mês. Esse número corresponde a toda a população do Chile e é dobrado se considerarmos todas as pessoas que vivem em situação de pobreza. A realidade com a qual convivemos é uma vergonha e parece que poucas pessoas se importam. Só para exemplificar, cito duas situações:

As violações aos direitos humanos no Rio por conta dos projetos da Copa e dos Jogos Olímpicos, que provocaram remoções de comunidades completas, compensações baixas e unilaterais, demolição de centenas de moradias sem uma solução concreta. Tais condutas -disfarçadas de políticas públicas- são simplesmente intoleráveis. O governo federal e estadual tem que garantir transparência nos direitos e respeito irrestrito à lei e ao devido processo.

Outro caso evidente que muitos não querem mais ver -talvez porque o período de chuvas já terminou- são as famílias que moram em zonas de risco, simplesmente porque não têm outra possibilidade. Atualmente, são mais de 173 mil famílias vivendo em zonas de alto risco no Estado de São Paulo, segundo pesquisa da Fundação Seade, encomendada pela Secretaria de Habitação – o equivalente a dois vezes o estádio Morumbi lotado.

Os dois exemplos representam milhões de famílias morando em uma emergência constante no Brasil; vivendo em uma condição de vulnerabilidade extrema.

Um Teto para meu País (UTPMP) apóia com força a proposta do governo de implementar uma política pública destinada a combater a extrema pobreza, mas com a mesma força exigimos que a implantação dessa política seja feita de uma forma que permita o desenvolvimento de ferramentas para os beneficiários, para que sejam eles os protagonistas de seu próprio desenvolvimento e não só receptores de um programa unilateral do Estado.

As famílias mais vulneráveis do Brasil não precisam nem desejam presentes, mas sim oportunidades e principalmente que se respeitem efetivamente seus direitos sociais garantidos na Constituição e nas leis. A vergonhosa situação de pobreza extrema que vive hoje o Brasil não é só problema do Estado e das famílias, é um problema multidimensional e são muitos os atores e responsáveis. Como sociedade, deixamos para trás uma parte de nós que fica isolada dos direitos e obrigações que cabem a todo cidadão. Sem acesso aos serviços públicos básicos nem a oportunidades de desenvolvimento, esse contingente que vive na pobreza não tem força para superar sua condição sem o apoio de outros setores.

A sociedade civil agrupada e organizada é um ator fundamental especialmente na denúncia da realidade e na proposta de soluções. Outro ator fundamental para terminar com a pobreza no Brasil são as empresas, sem elas não há solução possível. Responsabilidade Social Empresarial (RSE) não é um departamento dentro de uma corporação destinado a fazer doações ou capitalizar ações de caráter social. RSE é uma maneira de realizar ações, de forma permanente, estável e concreta, com o objetivo de gerar um efeito positivo na sociedade.

UTPMP vai continuar trabalhando para mostrar a realidade de pobreza em que vivem milhões de brasileiros e latino americanos, nos 19 países em que atuamos, e com a mesma convicção e perseverança manteremos nosso trabalho e nossa proposta como a principal forma de denúncia.

É por isso que nesta sexta, dia 10, e neste sábado, dia 11 de junho, tomaremos as ruas de São Paulo com milhares de voluntários para arrecadar fundos para dar continuidade ao nosso trabalho e denunciar esta realidade a toda sociedade brasileira. Participe você também da Grande Coleta 2011, inscrevendo-se aqui.

NÓS SOMOS O TETO!Ricardo Montero
Diretor Social
Um Teto para meu País – Brasil

Iniciativas fortalecem políticas públicas e o investimento social


Fonte: Rodrigo Zavala (Gife) e http://www.responsabilidadesocial.com/

O matemático e escritor inglês Lewis Carroll certa vez escreveu: “quando não se sabe aonde se quer chegar, qualquer caminho serve”. Quando se olha para o terceiro setor, não é incomum organizações e voluntários querendo fazer o bem, mas que batem cabeça na hora de realizar ações, pois não têm clareza sobre o terreno em que andam.

A boa notícia é que existem organizações que não pensam simplesmente no fim de seus projetos, mas em formas de fortalecer políticas públicas e o próprio investimento social privado. Longe da prerrogativa de que informação é propriedade privada, cada uma dessas organizações lança produtos voltados para o benefício coletivo.

O primeiro exemplo – e o mais assertivo – foi lançado pelo Instituto Desiderata. Bebendo de diversas fontes de informação – administração pública e privada – a organização criou um sistema online de indicadores educacionais para acompanhar qualidade do ensino fundamental no Rio de Janeiro.

A complexidade dos dados, colocada de forma didática, permite a qualquer leitor visualizar, pelas 33 regiões administrativas do município, os indicadores educacionais de um universo de mais de 400 escolas de ensino fundamental. Qual a região com mais repetência de estudantes? Que escolas possuem um laboratório de informática? Onde existem mais alunos? População versus professores…. Enfim, a agulha do palheiro para quem olha para o mapa da educação.

Entenda-se aqui que, para a criação do produto final, foram inseridos indicadores de rendimento (aprovação e reprovação), de situação dos alunos (abandono e distorção de idade) e de desempenho (Prova Brasil e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb). Some-se a isso um levantamento da infra-estrutura por escola.

“O nosso objetivo é que ele seja usado pela gestão pública, em primeiro lugar, incluindo aí a própria escola, que pode se ver naquela região em que ela está inserida, no enfrentamento de suas questões. Tal como para o investidor privado, que pode refinar sua ação, sendo um farol”, afirma a diretora do Instituto Desiderata, Beatriz Azeredo.

Muito além de ser um farol para investimentos fluminenses, o que Beatriz mostra é um potencial investimento em outras regiões. Levar a mesma expertise não necessita de adaptação ou alinhamento cultural. Tratam-se de dados empíricos, que podem ser sistmatizados em diferentes locais, basta aplicar a metodologia desenvolvida pelo instituto.

Na lupa disponibilizada pelo instituto, por exemplo, é possível constatar quais as escolas que baixam o desempenho de determinado local. Por isso, esses números permitem desenvolver um plano de ação que leve em conta as desigualdades internas das regiões administrativas.

“O sistema pode avaliar, de um lado, as políticas públicas e, de outro lado, as parcerias com o setor privado”, defende Beatriz. A iniciativa tem apoio irrestrito da Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, que compareceu ao lançamento do sistema.

Infância e adolescência em SP

Enquanto no Rio de Janeiro o tema é Educação, em São Paulo é o atendimento e proteção a crianças e adolescentes. Na última semana, a Fundação Telefônica firmou parceria com a SEDS – Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, de São Paulo, para integrar sistemas de informações para esse público.

O objetivo da parceria é fortalecer a rede de atendimento e proteção a crianças e adolescentes, por meio da integração dos sistemas de dados Pró-Social (do Governo de São Paulo) e Redeca (desenvolvido pela Fundação).

Na prática, a expectativa é que as informações a respeito do público infanto-juvenil atendido por instituições públicas e privadas sejam ampliadas e atualizadas, para fornecer um painel completo dos serviços disponíveis de assistência social, saúde, educação e outras áreas, relativas ao seu desenvolvimento humano.

“Os dados consolidados são um rico insumo para secretarias de assistência social e Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente elaborarem diagnósticos e planos de ação”, afirma a gerente de Projetos da Fundação, Gabriella Bighetti.

Segundo ela, os investidores sociais privados que forem investir via Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente farão uma inversão mais estratégica na medida em que os conselhos tenham esses planos de ação definidos, a partir de um diagnóstico feito sobre uma base real de informações.

“O sistema será capaz de mostrar um retrato de todo o atendimento que é realizado para cada criança e cada adolescente do município, em todas as áreas (educação, saúde, assistência social, encaminhamentos a organizações etc), evidenciando também as carências e, portanto, as oportunidades de intervenção social”, argumenta.

O Redeca foi concebido há três anos pela Fundação Telefônica em conjunto com oito municípios paulistas. Trata-se de um sistema desenvolvido em software livre que cria e gerencia um banco de dados, através do qual cada criança tem um registro único, com todo o atendimento que recebe. A carga inicial de informações do Redeca provem do Cadastro Único, do governo federal.

Ao ser implantado pelo município, o sistema passa a receber dados das entidades participantes de toda a rede de proteção aos direitos de crianças e adolescentes. Isso ocorre de forma independente, ou seja, sem qualquer interferência da Fundação Telefônica, que é apenas a promotora do sistema de informações e não gerencia as diversas redes municipais que forem sendo implantadas.

Bem-Estar

Outra iniciativa que tem rendido frutos é a realizada pela Rede Nossa São Paulo, que elaborou um conjunto de indicadores que reúnem também aspectos subjetivos sobre as condições de vida em São Paulo. Trata-se do IRBEM (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município), voltado para orientar ações de empresas, organizações, governos e toda a sociedade, considerando como foco principal o bem-estar das pessoas.

Para saber: na última pesquisa (feita com 1.512 entrevistados) realizada pela iniciativa, em janeiro deste ano, a percepção do paulistano sobre seu bem-estar na cidade tem melhorado, mas pouco, a cada ano. Em relação à mesma pesquisa feita no ano de 2009, o aumento na avaliação dos itens que compõem a sondagem foi de 4,8 para 5 -10 é a satisfação total.

“Se os índices sempre aumentarem assim, de décimos em décimos, ainda vai levar muito tempo para chegarem pelo menos à média de satisfação”, diz Márcia Cavallari, diretora do Ibope, que conduziu a pesquisa